Entrei na faculdade em 2004, com o desejo de trabalhar com psicologia hospitalar, mais especificamente com crianças com câncer. No terceiro semestre, a professora da disciplina de Neurociências me chamou para fazer parte do grupo de pesquisa dela. Ela estava trazendo para o Brasil o melhor instrumento de avaliação neuropsicológica da criança e precisava de uma equipe para coletar os dados das crianças aqui do Brasil. Mal sabia eu que minha vida e minha carreira mudariam para sempre. 

A Neuropsicologia virou minha paixão, me desenvolvi profissionalmente nesta área, focando em estudos da infância e adolescência. Eu nunca quis ter filhos, mas algo sempre me guiava em direção aos pequenos (eu levo jeito! Rsrsrs). 

Ao longo dos anos, sempre me senti muito realizada com meu trabalho. Mas, em 2019, quando meu sobrinho nasceu, entendi perfeitamente porque mudei completamente de área. Ele tem a trissonomia do cromossomo 21 (Síndrome de Down), que não foi identificada na gestação, apenas ao nascer. Quando recebemos a notícia, em milésimos de segundo a minha memória me trouxe imagens do meu início na faculdade, até aquele instante. Tudo fez sentido.